domingo, 5 de outubro de 2008

Boca de Urna

Taí mais um dia daqueles únicos no ano. Mas peraí, tu não sabe que dia é hoje? É dia de eleições, cara pálida. Chegou aquele dia em que todos cumprem o seu dever cívico de ir ao seu colégio eleitoral escolher o candidato que irá representá-lo na câmara e na prefeitura nos próximos quatro anos.

Não é um domingo qualquer, o clima é diferente. Se vê mais pessoas nas ruas, o passe é livre e há um clima de apreensão no ar. Sim, porque TODOS só falam nisso. Se não cometem a indiscrição mór de te perguntar em quem tu votou, no mínimo perguntam se tu já foi votar.

Então, o que acontece em dias como hoje? Todas as pessoas com um mínimo de neurônios saem de suas casas com seus candidatos escolhidos (ou não), e se dirigem às suas zonas eleitorais, visto que o voto é obrigatório em nosso país. Chega a ser patético. Fico imaginando centenas de bonequinhos saindo de casa com o único intuito de ir até uma urna eletrônica votar.

Pior que isso, é reconhecer que inúmeras pessoas não escolheram seus candidatos por alguma ideologia. Milhares, milhões de pessoas escolheram seu candidato por motivos como:

_ Benefício com a vitória de A, B ou C;
_ Candidato que apertou sua mão;
_ Escolha do partido;
_ Candidato(a) mais bonito(a);
_ Influência dos pais, amigos, padres, pastores, etc;
_ Candidato na frente nas pesquisas;
_ Escolha do menos pior.

É triste. A convicção em determinada pessoa ou determinado modo de pensar passa longe.

Talvez seja por isso que toda vez que vejo cartazes de um determinado candidato na fachada de uma casa, eu fico achando que ali é a casa da criatura. Sim, porque chegar ao ponto de levantar a bandeira de alguém assim, perante toda a sociedade, só se for muito próximo mesmo. Sinceramente, acho que não colaria nem um adesivo de mim mesmo na minha janela. Tu vê.

A grande maioria é do tipo que só levanta a bandeira se for pra ganhar algum benefício em troca. Esse é o ser humano, indivíduo que vive para saciar seus desejos. Mas claro que também sempre tem os campeões, que não ganham nada com isso, mas que mesmo assim saem levantando bandeira e distribuindo santinho. Mas aí já são os que eu não entendo mesmo.

Fato é que hoje dei a volta nessa quadra em que moro e me dirigi ao meu colégio eleitoral – e colégio de toda a vida – para participar do pleito. Grande coisa.

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