quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Fé na vida

Tô há dias pensando que escrever é, praticamente, um artesanato. Precisa inspiração, uma associação de ideias, um tanto de dedicação, outro tanto de atenção. Tudo isso pra que o objeto construído e modelado ganhe uma forma que agrade, que seja compreendida e que passe algum tipo de mensagem. Além disso, acredito também que é necessário um pouco de técnica, pra que as ideias sejam colocadas como peças de um mosaico, como matérias-primas de uma obra. Assim, a técnica fica como a argamassa que faz aquele rejunte fino, que sustenta as ideias de um modo seguro, claro, completo, compreensível, bonito.

Parece bobagem, mas o que tenho achado, nos últimos tempos, é que escrever é, também, uma arte. E aí talvez venham me dizer: sempre foi. E hei de concordar. Escrever é, sim, desde sempre, uma arte. No entanto, o que não tinha me dado conta ainda é que, isso que faço por aqui, ou por aí, talvez também seja uma pequena arte. E foi assim, durante essa epifania, que me vi, em algum canto, um pequeno artista - e aí, ai de mim, resolvi parar, porque isso já me pareceu muita pretensão.


sábado, 16 de fevereiro de 2013

Sintonia fina

Das coisas mais difíceis na vida, uma delas é tomar decisões. E aqui me refiro a estas decisões que se refletem nos anos vindouros, estas que merecem um capítulo no livro que conta a nossa história.

É certo alegar que podemos reverter qualquer escolha no futuro. Que nada é definitivo, que as coisas mudam (inclusive nós mesmos) e que a gente pode começar um novo traçado a todo momento. Sei disso, entendo perfeitamente. Tudo pode acontecer. Mais do que isso, teremos sempre o livre arbítrio ao nosso lado para nos levar a infinitos caminhos. O "problema" é que, mesmo entendendo isto, sonhamos e desejamos sempre acertar de primeira, não é? O que é natural. Para evitar sofrimentos, grandes mudanças ou a temida e superestimada perda de tempo. E assim as dúvidas se multiplicam.

O que estudar? Onde trabalhar? O que fazer? Como saber se estamos certos com tantas opções que existem por aí? Tão difícil, tão delicado, tão sutil. Complicado. No fim, nos resta prestar atenção naquilo que enxergamos por aí: as oportunidades, as possibilidades de sucesso, o que está ao nosso redor, o nosso jeito. Nos resta analisar onde podemos nos encaixar para viver de uma maneira mais completa, realizada, feliz.

O casamento, pra mim, é uma destas grandes decisões. Pra piorar, envolve outra pessoa. Envolve ainda a construção de um caminho de partilha, de companheirismo, de parceria. Envolve dividir momentos, alegrias, dores, aflições, dilemas, conquistas, medos, decepções e, veja bem, até mesmo estas grandes decisões. Pesado, não é?

Sabe, no final-final, seja pra qual decisão for, acho que nos resta seguir aquilo que a gente sente. Mais do que isso, acredito que nos resta encontrar a sintonia que apresente o batuque que antecipa aquelas canções que justificam o nosso viver.

É... É hora de estar atento.

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Domingo. Na praia, no sol, no mar ou num navio a navegar...


Quem vai sorrir? Quem vai chorar?

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Amoroso

Disse alguém que há, bem no coração, um salão onde o amor descansa


♥♥

Ai de mim, eu tão sozinho

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Pessoa(s) e pessoas


acho que é uma questão de gosto, estilo e desejo de cada um. há quem diga: "não sei quantas almas tenho". como algo definitivo, concreto, completo, finito. assim, a partir disso, me parece que o viver se torna algo marcado por uma dúvida convicta, algo a espera do que pode acontecer daqui a um minuto ou a um segundo, como se a resposta fosse aparecer prontamente, em passe de mágica. como alguém que não sabe pra onde vai e vai vivendo, lembrando, imaginando, sem saber ou entender.

tenho pra mim, no entanto, diferente. acredito que o ponto seja: "pra que saber quantas almas tenho?". deste modo, me parece que fica tudo indefinido, maleável, incompleto, infinito. e aí penso que, talvez, meu gosto, estilo, desejo, seja mesmo por aqueles que me mostram o que tá por aí e que antes não vi. talvez minha atenção seja mesmo por aqueles que me mostram a cada dia mais e mais perguntas e menos e menos respostas definitivas, concretas, completas, finitas.

sente o espaço que uma interrogação proporciona?