segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Não há amor sozinho

Gosto do que me acrescenta. Daquilo que faz pensar, mudar, refletir. Gosto do que é diferente, oposto, avesso. Daquilo que nunca pensei, daquilo que nunca senti, daquilo que nunca imaginei.

Há quem me ache cabeça. Como se fosse daqueles que só gostam de coisas cultas, barrocas, branquelas. Mas simplismos não me servem, me deixam sem espaço, sem água. Gosto do que me transforma, seja de onde vier. Dos filmes, dos palcos, das músicas. Pode ser da cozinha também, acompanhada do cheiro da cebola, sob as músicas do Roberto. Acho fantástico.

Gosto das conversas calmas, longas, pausadas. Gosto dos detalhes, das histórias incríveis. Gosto das lembranças, dos cheiros, dos sabores. Gosto do enredo. Gosto das pessoas. Gosto dos sentimentos e das experiências que me fazem amplo, completo, sereno.

E você?

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Um sonho igual ao teu

Adianta manter aquilo que te sacia mas que não te dá prazer? Adianta a esperança que te leva a pensar que o prazer idealizado pode virar realidade?

Uma das coisas que aprendi na vida é que a gente não pode exigir das pessoas aquilo que elas não podem nos dar. Veja bem, isso não é, necessariamente, um pensamento de absoluto conformismo. Acho que podemos demonstrar nosso descontentamento com isso ou aquilo, ou o prazer que possivelmente sentiríamos se acontecesse o nosso desejo, mas isso não muda, de imediato, muita coisa. Não é? A mudança, ou a nossa realização, muitas vezes, não depende só da gente. Há o outro. E seus interesses, seus dramas, seus traumas, suas histórias, suas dores, seus prazeres.

No fim, somos nós contra nós mesmos. E é aí que pergunto: Até que ponto você sabota a sua felicidade?

Que linha liga o teu coração ao meu?

domingo, 11 de agosto de 2013

Se chegue, tristeza

Nos dias em que a tristeza bate mais forte, ela chega de mansinho. Chega pelos cantos, pelas paredes, pelos copos, pelo cinza do dia. Chega úmida de sentimentos. Chega com a fragilidade e a delicadeza de um cristal. Chega como um cansaço sem fim. Chega como a solidão que acaba no abraço.

A tristeza, pra não passar desapercebida, escapa pelos olhos fundos, indecisos, mareados. A tristeza, apesar de assentada no vazio, preenche, se espalha, transborda. A tristeza é aquática. Sem rumo, a tristeza navega, ancora no peito, se instala. A tristeza é fria, feia, desarrumada. A tristeza é escura, soturna, calada. A tristeza não responde. Perdida, a tristeza se isola, escapa da vida, se distrai em si mesma.

Quando viva, a tristeza faz a gente mais humano. E demonstra até uma esperança de um dia não ser mais triste não...

terça-feira, 6 de agosto de 2013

São tantas coisas azuis

Acho que tenho enraizado o que outrora disse Clarice: "Amar não acaba. É como se o mundo estivesse a minha espera. E eu vou ao encontro do que me espera".

Ter ido ao encontro do que me esperava com certeza foi a viagem mais arrepiante que fiz na vida. Não porque soubesse o que me esperava, porque não sabia mesmo. No meu estado consciente, ao menos, não sabia que existia qualquer chance. Mas aí, quando acontece o que você tantas vezes desejou, sem você fazer nada por isso, fico pensando que é coisa dessa vida, que é curiosa por demais.

Não sei dizer se foram os astros, os signos, os búzios. Tão pouco sei se foi artimanha da vida pra esfregar alguma coisa na minha cara. Não sei mesmo. O que sei é que foi das sensações mais estranhas que já senti. Porque não estava preparado. Porque meu corpo tremeu. Porque fiquei tenso. Porque minha voz travou. Porque foi, de longe, a sensação mais absurda que já passou pelo meu corpo...

Passado tudo, Clarice ecoa: "Amar não acaba". Será possível?

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

É tudo o que eu não sei

(o que senti na última quarta-feira está fora de qualquer gibi...)

Acredito que cabe a nós perceber os sinais que a vida nos dá, mas alguns me parecem tão enigmáticos que a confusão fica inevitável. Pra piorar, o coração treme, o estômago vira, o ar falta, o pensar fica difícil.

Até que ponto escolhemos o nosso destino? Até que ponto somos sujeitos das coincidências? Até que ponto o correr da vida se responsabiliza pelos nossos encontros e desencontros?

E se você tivesse chegado 5 minutos antes? E se eu tivesse partido 5 minutos depois? E se mil e uma coisas tivessem acontecido?

É certo que as hipóteses não levam a lugar algum. Assim como é certo que não há nada que possa mudar os fatos. Depois que acaba, vira passado. Ocorreu, vivemos, presenciamos, sentimos. Não há mais "se". Há apenas a realidade. Acontece, aconteceu. Talvez signifique pouco, mas talvez seja o que vai fazer a diferença daqui a algum tempo... Seria esse o início de um novo ciclo? Que ciclo é esse, meu Deus?

Paro e penso. Calma. Vai ficar tudo bem. Vai ficar tudo bem...