domingo, 19 de agosto de 2012

Não adianta nem me abandonar

Sabe, às vezes acho que nasci pra me despedir daqueles que amo. Não por nada. Mas por ser o filho caçula, o menor, o mais novo, o pequeno - aquele que não lembra o nascimento dos outros, tão pouco as brincadeiras de criança deles. Além disso, se já não fosse o bastante, hoje me vejo me despedindo de alguns dos meus melhores amigos - aqueles que não enchem duas mãos, sabe?; amigos que me enchem de orgulho, pela coragem de partir por aí, mas que também me deixam comovido de uma maneira sem igual a cada vez que se despedem.

Escrevo e me emociono. Não sei exatamente o motivo. Mas desconfio que talvez seja pelo fato de ter raízes aqui, por me sentir parte desse lugar e por achar que jamais deixarei de viver por aqui, perto de onde nasci, cresci e vivi tantas coisas que hoje carrego comigo. Além disso, hoje me vejo repleto de memórias e um carinho enorme por aqueles que seguiram outros caminhos em busca da realização de seus sonhos. Se isso já não bastasse, em dias como hoje aparece a falta e a saudade - o que faz eu mais uma vez concluir que a vida vale muito pouco quando a gente está distante de quem a gente ama.

Talvez eu seja apegado ao que se criou, ao que vivi e a tudo isso que há dentro de mim, mas talvez seja só o meu jeito de lembrar aqueles que passaram pela minha vida e que também me fizeram assim...