Pois então, me lembro bem. Foi no verão passado. No mercadinho em frente ao apartamento da praia. Tava eu ali, no caixa do super, quando a senhora que estava na minha frente, sozinha, pediu que eu levasse suas compras até seu carro. Fui, claro. Fazer a boa ação do dia. Fui seguindo-a lentamente, seus passos eram meio mancos.
Certamente ela teria dificuldade de descer aqueles degraus se tivesse carregando todas aquelas compras mesmo. Aí que ela abriu o porta-mala do Honda Civic. Eu, de prontidão, coloquei as compras ali. Então que, quando ela fechou e agradeceu, me estendeu a mão. E ali tinha um real. Corei e recusei, claro. Imagina. Não tinha feito aquilo pra levar um troco. Aí que a senhora insistiu, disse o quebrante "faço questão". Fiquei sem jeito. Aceitei.
Pois então, não pedi esmola. Mas aceitei, não sei porque. Devia ter dado aquele real a alguém que precisasse mais do que eu, né? Pra falar a verdade, nem sei o que fiz com aquela moedinha... Tu vê.
Aí que me lembrei dessa história ontem. Tava no ônibus. Do alto vi um guri sem camisa nesse friozinho, todo pintado de cinza, fazendo malabarismos com 3 cones - daqueles de trânsito - no sinal fechado. Fiquei triste, no duro. Por mais que o guri parecesse feliz.
E eu não dei nem um centavo :/
da semana:
Ando tão à flor da pele,
que qualquer beijo de novela me faz chorar...
Ando tão à flor da pele,
que teu olhar, flor, na janela me faz morrer...
Ando tão à flor da pele,
que meu desejo se confunde com a vontade de não ser...
Ando tão à flor da pele,
que minha pele tem o fogo do juízo final...
Um barco sem porto, sem rumo, sem vela,
cavalo sem sela...
Um bicho solto, um cão sem dono,
um menino, um bandido...
Às vezes me preservo,
noutras suicido.
terça-feira, 23 de setembro de 2008
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