Não sei porque, mas gosto delas. Em qualquer ambiente, em qualquer situação, em qualquer lugar do mundo, quase sempre a primeira coisa que faço ao entrar em um recinto novo, é procurar a janela. É estranho.
Talvez seja uma precaução, ou uma curiosidade. Saber pra onde correr em caso de incêndio, saber de onde se atirar caso a vontade venha ali mesmo, saber qual é a vista que se tem daquele lugar. Verdade é que as janelas são os buracos das fechaduras em versão econômica. Servem pra gente não se sentir preso, servem pra gente olhar o horizonte, a selva de pedra, o nada, as árvores, os vizinhos.
Durmo com a veneziana do quarto aberta. É uma mania esquisita, mas é isso. Talvez seja um modo de ficar admirando o céu da minha própria cama. Por mais que, pra dormir, eu vire pro outro lado.
Na verdade, vejo até mais do que o céu e uma meia dúzia de estrelas em noite clara. Vejo uns prédios, da rua de cima. Vejo um comercial, que parece sempre abrigar umas pessoas à noite (não sei fazendo o quê) e, mais especificamente, vejo um prediozinho amarelo, que fica bem na linha da minha visão. Pois então, lá, no último andar (é um apartamento por andar), eles têm uma tv no quarto, e parecem sempre assisti-la até o final do programa do Jô, pra depois fechar a veneziana. É curioso.
Dia desses, depois do almoço, tava eu ali, deitado um pouco, e vi que tinha um homem lá, descamisado, pendurando alguma coisa sobre a janela que eu vejo. Não descobri o que era. É um pouco longe e a miopia não ajuda. Mas enfim, acho que houve uma mudança ali. Não sei se das pessoas, mas de layout, com certeza. Será que resolveu?
No fundo, essa história de deixar a veneziana aberta talvez seja só uma tática pra não dormir demais durante a semana (sim, nos finais de semana, eu fecho), visto que o sol começa a bater em meu rosto aí pelas 8:30 em um dia de verão. Talvez seja só uma tática pra descobrir como tá o tempo sem nem precisar sair da cama... Sei lá.
Fato é que eu vou me mudar. No próximo verão. E a minha vista será diferente. Provavelmente o sol não irá mais bater em meu rosto e certamente não terei mais que uma meia dúzia de árvores para ver. Hoje completo 21 anos e 2 meses aqui. E eu já tô ficando com saudades...
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Não perguntei o nome, mesmo. Também não me perguntou, né. Mas também, se perguntasse, juro que eu mentia. Já tinha até preparado. "Diego, faço Publicidade. Na Unisinos". Porque dizer que faz Engenharia, na Federal, queima muito o filme. Pessoas normais não gostam de nerds.
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de todo mês: amanhã é vinte-três, são oito dias para o fim do mês...
de hoooje: mudaram as estações, nada mudou... mas eu sei que alguma coisa aconteceu, tá tudo assim... tão diferente..
e vamo ;]
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
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