Dentro dessas coisas que caem no nosso colo quando a gente menos espera, o que veio essa semana pra mim foi uma música de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira que ficou linda de morrer na divina-e-maravilhosa voz da Gal Costa. Por mais que a linguagem seja coloquial do interior nordestino, algo tããão distante da minha realidade, fazia algum tempo que uma música não me tocava tanto. A música se chama Assum Preto, dá uma olhada:
olha o que é a letra:
Tudo em vorta é só beleza,
sol de Abril e a mata em frô,
mas Assum Preto, cego dos óio,
num vendo a luz, ai, canta de dor...
Tarvez por ignorança,
ou mardade das pió,
furaro os óio do Assum Preto
pra ele assim, ai, cantá de mió...
Assum Preto veve sorto,
mas num pode avuá...
Mil vez a sina de uma gaiola
desde que o céu, ai, pudesse oiá...
Assum Preto, o meu cantar
é tão triste como o teu,
também roubaro o meu amor
que era a luz, ai, dos óios meus,
também roubaro o meu amor
que era a luz, ai, dos óios meus...
Me diz, tem história mais triste do a de um pássaro que não pode voar porque teve seus olhos furados por alguém que um dia julgou que ele deveria cantar melhor?
De certo é por isso que não entendo essa gente que se esforça para furar a alegria dos outros, com o chamado espírito de porco, e acabar com o que de mais singelo pode haver: a luz dos nossos olhos.
sexta-feira, 21 de maio de 2010
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