sexta-feira, 30 de abril de 2010

Não resisto

Sabe, uma das minhas maiores descobertas dos últimos tempos foi, pasmem, um dvd da Gal que estava na gaveta do armário da sala! Acho que nunca tinha parado para ouvir direito ao Ensaio dela pra tv Cultura, sei lá, não sei bem o que aconteceu, só sei que me apaixonei. E assim o assisti uma, duas, três, mil vezes.

Tudo porque a voz da Gal é imbatível e porque a riqueza do repertório é algo que me cativa por horas e horas. Poucos dvds conseguem me prender tanto.

Logo no começo tem uma versão linda de morrer de sua estupidez. Podem até procurar mas duvido que encontrem alguém que pergunte quantas vezes eu tentei falar que no mundo não há mais lugar pra quem toma decisões na vida sem pensar? de forma tão sublime. E ainda tem um trecho em que aparece ela moça, linda, com um chapelão enorme, cantando isto... impossível de não se apaixonar (e eu entendo o pôster dela toda formosa que o meu pai guardou por anos hehe).

Logo depois vem o jazz de as time goes by: you must remember this, a kiss still a kiss... e aí eu me derreto todo cantado it's still the same old story, a fight for love and glory, a case of do or die... Continuo o mesmo, hehe. Suspiros.

Mais tarde, depois de se é tarde me perdoa, ela ainda consegue fazer eu me remexer no sofá e até gostar um pouquinho do Gil (!), cantando eu vim da bahia contar tanta coisa bonita que tem, a bahia que é meu lugar...

Daí, como se já não bastasse, vem a música que volta e meia insisto em dizer que é minha, que foi, quem sabe, a primeira e a melhor coisa que o Caetano escreveu na vida: coração vagabundo. Meu coração não se cansa de ter esperança de um dia ser tudo o que quer, meu coração de criança não é só a lembrança de um vulto feliz de mulher. Aiai, meu coração vagabundo quer guardar o mundo em mim. Não preciso nem comentar, né?

Depois ainda vem baby, com sua construção rimadinha e bonitinha cheia de dicas. Você precisa saber da piscina, da margarina, da Carolina, da gasolina. Você precisa saber de mim. Baby, baby, eu sei que é assim... Tenho certeza de que não tem ninguém tão sutil que chame a atenção de baby tão bem. Gal me convence de que baby mal consegue ver a realidade, de que precisa saber de tudo ainda, me convence de que realmente preciso chegar ao final da música e cantar baby, baby, i love you.

Mais tarde vem desde que o samba é samba onde eu volto a me remexer e me entrego visto que cantando eu mando a tristeza embora, e ainda faço um samba em quando bate uma saudade, do mestre Paulinho da Viola.

E aí, como se eu já não estivesse pra lá de satisfeito, lá no final a Gal me vem toda doce com folhetim, do meu nº1 Chico Buarque, e se entrega pra mim cantando: se acaso me quiseres, sou dessas mulheres que só dizem sim: por uma coisa à toa, uma noitada boa, um cinema, um botequim...

Tem como recusar?

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