terça-feira, 20 de abril de 2010

alfabeto sentimental

Das coisas que concluí nesse início de ano talvez a mais importante delas seja a de que, definitivamente, não posso ficar triste pelo inevitável. Talvez seja uma obviedade dizer isso, talvez esteja sendo um pouco duro, sei lá, mas realmente faz pouco tempo que me dei conta de que o inevitável é, de fato, inevitável. Me explico:

Se estamos afastados de alguém por motivos que a vida nos apresentou (estudo, trabalho, namoro, viagem), são fatos que não desmoronam a nossa relação. São apenas acontecimentos que nos afastam, que diminuem a nossa intimidade, que nos fazem ter uma saudade saudável: a dos momentos juntos, que nos dá aquela dorzinha boa. Que nos deixa com a sensação de que alguém que tu ama e adora tomou um rumo bom, que seguiu as suas vontades, que foi atrás dos seus sonhos. Não há nada mais nobre.

É a vida nos levando para caminhos diferentes, inevitável... É o caminho em X. É o nosso encontro ali no meio, e o nosso seguinte distanciamento... Mas que não impede que repitamos o movimento. Percebe?

Agora, se estamos distantes por algum motivo que poderia ser evitado... Me estristeço. Principalmente porque tenho a tendência a sempre pensar que poderia ter feito melhor, diferente, para que as coisas não tivessem tomado o rumo que tomaram. É o evitável...

É como se tivéssemos tomado o sentido de um V mesmo. De onde, juntos, começamos a nos afastar e que não nos deixa com chance de volta. O vê nos afasta pra sempre, o vê é triste. Percebe?

Claro que tudo isso sempre pode mudar. Tenho consciência de que sempre teve, e sempre haverá, exceções. O caso da fulana, do sicrano, do não sei quem...

No final das contas, a conclusão a que chego é que, sim, o que gosto mesmo é de agregar as pessoas à minha vida: de ver o crescimento, as conquistas, as vitórias. Gosto das relações longas, da confiança existente nas amizades firmes e duradouras. Tenho dificuldades seriíssimas de ficar por ficar, de conhecer por conhecer, de ser amigo por ser amigo - sem se preocupar ou querer bem.

Aqui, então, confesso pela minha afeição pelo T ao contrário - de cabeça pra baixo, invertido, de ponta-cabeça - e pela ideia dos distantes que se encontram e seguem juntos...

2 comentários:

Unknown disse...

Você é encantador! Tenho vontade de cruzar o país para te conhecer, seu moço.

Vítor Vasata disse...

Ju, obrigado pelo carinho; teu comentário me caiu como um cafuné...