Sabe, tenho que reconhecer que até que às vezes a televisão me surpreende com determinados programas. Hoje, por exemplo, duas entrevistas me tocaram de formas diferentes e tomaram a minha atenção por alguns vários minutos (fato raríssimo).
A primeira delas foi o finalzinho de uma matéria com a Glória Maria e suas filhas adotivas em um zoológico do Rio. Achei interessantíssima a forma como ela colocou o sentir-se viva dela, que antes da adoção passava por estar em viagens internacionais e coberturas de guerra, e hoje em dia se relaciona com amor por suas filhas e com a voz delas quando a chamam. Achei bonito. Me deu a impressão de que sentir-se vivo ao ser reconhecido por um filho deve ser, de fato, uma sensação única. Deve ser muito amor.
A outra foi em um programa sobre imortalidade, com o já mais que centenário Oscar Niemeyer (102 anos!). Achei impressionante a lucidez dele ao responder perguntas complexas, que eu demoraria horas pra chegar a uma conclusão plausível. Perguntado se a obra dele já não seria suficiente para torná-lo eterno, sabe o que ele respondeu? "Isso eu até acho graça". Eu ri, mas conclui que não há resposta melhor do que essa mesmo. Afinal, pra que ser eterno?
Logo em seguida lhe foi oferecido, hipoteticamente, o elixir da vida eterna, como uma possibilidade real, presente, concreta. Pois sabe o que ele respondeu? "Não penso nisso...". E, ao ser mais um pouco pressionado, finalmente completou: "se fosse pra todos eu queria, mas se fosse uma coisa individual eu não queria". Achei extremamente romântica a resposta e, ao mesmo tempo, extremamente tocante se constatadas suas condições físicas e psíquicas. (Vale a pena conferir o programa todo aqui)
No fim concluí que não faço questão nem de viver tanto quanto ele. Se for pra decidir, então, decido por viver o meu tempo. Ele há de ser suficiente.
sábado, 5 de junho de 2010
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