enquanto esqueço um pouco a dor do peito
não diga nada sobre os meus defeitos...
terça-feira, 29 de junho de 2010
segunda-feira, 28 de junho de 2010
pro bloquinho (II)
- a gente sempre pode ser mal interpretado
(mesmo quando estivermos com as melhores intenções).
sempre.
(mesmo quando estivermos com as melhores intenções).
sempre.
domingo, 27 de junho de 2010
na bubuia
Passou. E hoje saiu um dia seco e lindo. E a cidade tá num silêncio bárbaro. E a casa também. E agora eu coloquei um sambinha tranqüilo pra começar meu dia...
Não há de ser ruim.
Não há de ser ruim.
sábado, 26 de junho de 2010
Me falta o ar
Olha, uma certeza que tenho na vida é que, de fato, não existe tempo sexualmente mais estimulante do que este que une tempo chuvoso e temperatura amena. Os vidros ficam embaçados e esses pingos de chuva que insistem em não sair da janela se transformam em mais um motivo para não sairmos da cama, como se a umidade do ar fosse o tesão que nos grudasse ali e fizesse nossos corpos ainda mais quentes e desejosos.
Pra completar, esse silêncio de final de semana é perfeito pra colocarmos aquela música baixa e criarmos aquele clima em que o mundo se resume a dois, e onde o prazer é o objetivo único e mútuo, né.
Duas músicas - curiosamente as duas retratadas no feminino - de dois graaandes poetas (Chico e Gonzaguinha) falam dessas delícias da vida de uma maneira sensorial ímpar, e são verdadeiras imprudências se forem sussuradas ao pé do ouvido.
Em O meu amor, Chico descreve em detalhes, cantando assim: "o meu amor tem um jeito manso que é seu de me deixar maluca, quando me roça a nuca e quase me machuca com a barba mal feita, e de pousar as coxas entre as minhas coxas, quando ele se deita... aiii"
Já Gonzaguinha, em Explode Coração, vai ainda mais fundo (e a Bethânia, como sempre, interpreta de uma maneira absurrrrda):
"Chega de temer, chorar, sofrer, sorrir, se dar, e se perder, e se achar que tudo aquilo que é viver... Eu quero mais é me abrir e que essa vida entre assim, como se fosse o sol desvirginando a madrugada, quero sentir a dor dessa manhã... Nascendo, rompendo, rasgando e tomando meu corpo e então... Eu... chorando, sofrendo, gostando, adorando, GRITANDO - FEITO LOUCA, ALUCINADA E CRIANÇA - sentindo o meu amor se derramando... Não dá mais pra segurar: explode coração."
É ou não é de passar mal?
quarta-feira, 23 de junho de 2010
Pretérito Imperfeito do Indicativo
Engraçada uma coisa que me aconteceu hoje.
Foi no final da tarde, sozinho dentro do carro, preso no engarrafamento do sentido centro-bairro, enquanto o rádio tocava alguma coisa que eu simplesmente não tava prestando atenção.
Talvez fosse umas 17:35, sei lá... Só sei que foi exatamente nesse momento que me senti vivo.
Senti meu pescoço pulsando, meu corpo cansado. Senti uma vontade imensa de ser carregado pra casa, como um pacote, que simplesmente não precisa pensar, nem agir, nem tão pouco se mexer. Senti um sono louco. Senti que tinha passado o dia inteiro no automático, e que não tinha vivido um minuto sequer.
Somente naquele momento eu era. E a consciência disso vinha como pingos de chuva chegando ao sertão.
Foi no final da tarde, sozinho dentro do carro, preso no engarrafamento do sentido centro-bairro, enquanto o rádio tocava alguma coisa que eu simplesmente não tava prestando atenção.
Talvez fosse umas 17:35, sei lá... Só sei que foi exatamente nesse momento que me senti vivo.
Senti meu pescoço pulsando, meu corpo cansado. Senti uma vontade imensa de ser carregado pra casa, como um pacote, que simplesmente não precisa pensar, nem agir, nem tão pouco se mexer. Senti um sono louco. Senti que tinha passado o dia inteiro no automático, e que não tinha vivido um minuto sequer.
Somente naquele momento eu era. E a consciência disso vinha como pingos de chuva chegando ao sertão.
terça-feira, 22 de junho de 2010
Preciso cuidar de mim
das duas uma: ou levo as coisas de uma maneira mais tranqüila, ou tenho um treco.
meu corpo tá gritando.
meu corpo tá gritando.
sexta-feira, 18 de junho de 2010
vou continuar
Bom, só porque as coisas não podem estar sempre desastrosas, eis que volta e meia surgem uns bons ventos. Chegam assim, como quem não quer nada, e vão tomando posse, enchendo o que outrora era vazio e iluminando o que anteriormente fora escuro. Chega um momento que está tudo claro, nítido, definido. Os sentimentos estão ali, os fatos estão ali, as opções estão ali. Como um baralho em cima de uma mesa. Bom, não?
Gosto da música que canta:
"ali onde eu chorei, qualquer um chorava. Dar a volta por cima que eu dei, quero ver quem dava"
Mas, sabe, me parece um pouco esnobe também. A mim, nesse momento, acho que se adequaria alguma coisa com uma cadência mais lenta como desde que o samba é samba que diz:
"mas alguma coisa acontece quando agora em mim... cantaaando em mando a tristeza embora"
E talvez o grande complemento fosse:
"deixa eu cantar, que é pro mundo ficar odara, pra ficar tudo jóia rara..."
Qualquer coisa que se sonhara... Faz mal não.
No mais só uma bela pergunta de um professor pra mim, querendo saber se os dados passados influenciavam no exercício em questão. A resposta era não. Acertei. Aí que na mesma hora transpus pra minha realidade. A conclusão? Como ele mesmo disse: águas passadas não movem moinho. Vamos olhar para frente?
É, Engenharia Econômica ajudando na vida...
Quem diria?
quarta-feira, 16 de junho de 2010
longos bordados
"Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas, vivem pros seus maridos: orgulho e raça de Atenas. Quando amadas se perfumam, se banham com leite, se arrumam - suas melenas. Quando fustigadas não choram, se ajoelham, pedem imploram mais duras penas, cadenas.
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas, sofrem pros seus maridos: poder e força de Atenas. Quando eles embarcam soldados, elas tecem longos bordados - mil quarentenas. E quando eles voltam, sedentos, querem arrancar, violentos, carícias plenas, obscenas.
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas, despem-se pros maridos: bravos guerreiros de Atenas. Quando eles se entopem de vinho costumam buscar um carinho de outras falenas. Mas no fim da noite, aos pedaços, quase sempre voltam pros braços de suas pequenas - Helenas.
Mirem-se no exemplo, daquelas mulheres de Atenas, geram pros seus maridos: os novos filhos de Atenas. Elas não têm gosto ou vontade, nem defeito, nem qualidade - têm medo apenas. Não tem sonhos, só tem presságios, o seu homem, mares, naufrágios, lindas sirenas, morenas.
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas, temem por seus maridos: heróis e amantes de Atenas. As jovens viúvas marcadas, e as gestantes abandonadas, não fazem cenas. Vestem-se de negro, se encolhem, se conformam e se recolhem às suas novenas - serenas.
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas, secam por seus maridos: orgulho e raça de Atenas." (CHICO BUARQUE)
Chico me mata duma forma...
#pra_não_reclamar_da_vida
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas, sofrem pros seus maridos: poder e força de Atenas. Quando eles embarcam soldados, elas tecem longos bordados - mil quarentenas. E quando eles voltam, sedentos, querem arrancar, violentos, carícias plenas, obscenas.
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas, despem-se pros maridos: bravos guerreiros de Atenas. Quando eles se entopem de vinho costumam buscar um carinho de outras falenas. Mas no fim da noite, aos pedaços, quase sempre voltam pros braços de suas pequenas - Helenas.
Mirem-se no exemplo, daquelas mulheres de Atenas, geram pros seus maridos: os novos filhos de Atenas. Elas não têm gosto ou vontade, nem defeito, nem qualidade - têm medo apenas. Não tem sonhos, só tem presságios, o seu homem, mares, naufrágios, lindas sirenas, morenas.
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas, temem por seus maridos: heróis e amantes de Atenas. As jovens viúvas marcadas, e as gestantes abandonadas, não fazem cenas. Vestem-se de negro, se encolhem, se conformam e se recolhem às suas novenas - serenas.
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas, secam por seus maridos: orgulho e raça de Atenas." (CHICO BUARQUE)
Chico me mata duma forma...
#pra_não_reclamar_da_vida
domingo, 6 de junho de 2010
das dores
Aí que quando tá tudo bem com a gente, tá tudo certo, tudo dito, tudo claro, o que acontece é que parece que todos em volta estão desabando. Assim, de uma hora pra outra, sem nem avisar pra dar tempo de nos prepararmos.
Aí o que acontece? Me pego aqui segurando as pontas, tentando ponderar, ajeitar, arrumar. Tentando mostrar que as coisas não são bem assim, me desgastando por problemas que nem são meus, mas que me afetam profundamente. Acaba que me sinto cansado, desgastado.
Passei a semana inteira me sentido absolutamente impotente. Tudo porque não consigo colocar na cabeça de que às vezes não há nada que se possa fazer e que não preciso necessariamente sempre dizer alguma coisa.
Pra completar, uma gripe sem-pé-nem-cabeça me derruba em pleno domingo daqueles de céu mais azul de todos. E eu fico aqui me debulhando, todo congestionado e com essa dor de garganta que não passa. Aff.
Aí o que acontece? Me pego aqui segurando as pontas, tentando ponderar, ajeitar, arrumar. Tentando mostrar que as coisas não são bem assim, me desgastando por problemas que nem são meus, mas que me afetam profundamente. Acaba que me sinto cansado, desgastado.
Passei a semana inteira me sentido absolutamente impotente. Tudo porque não consigo colocar na cabeça de que às vezes não há nada que se possa fazer e que não preciso necessariamente sempre dizer alguma coisa.
Pra completar, uma gripe sem-pé-nem-cabeça me derruba em pleno domingo daqueles de céu mais azul de todos. E eu fico aqui me debulhando, todo congestionado e com essa dor de garganta que não passa. Aff.
sábado, 5 de junho de 2010
Invocação
Sabe, tenho que reconhecer que até que às vezes a televisão me surpreende com determinados programas. Hoje, por exemplo, duas entrevistas me tocaram de formas diferentes e tomaram a minha atenção por alguns vários minutos (fato raríssimo).
A primeira delas foi o finalzinho de uma matéria com a Glória Maria e suas filhas adotivas em um zoológico do Rio. Achei interessantíssima a forma como ela colocou o sentir-se viva dela, que antes da adoção passava por estar em viagens internacionais e coberturas de guerra, e hoje em dia se relaciona com amor por suas filhas e com a voz delas quando a chamam. Achei bonito. Me deu a impressão de que sentir-se vivo ao ser reconhecido por um filho deve ser, de fato, uma sensação única. Deve ser muito amor.
A outra foi em um programa sobre imortalidade, com o já mais que centenário Oscar Niemeyer (102 anos!). Achei impressionante a lucidez dele ao responder perguntas complexas, que eu demoraria horas pra chegar a uma conclusão plausível. Perguntado se a obra dele já não seria suficiente para torná-lo eterno, sabe o que ele respondeu? "Isso eu até acho graça". Eu ri, mas conclui que não há resposta melhor do que essa mesmo. Afinal, pra que ser eterno?
Logo em seguida lhe foi oferecido, hipoteticamente, o elixir da vida eterna, como uma possibilidade real, presente, concreta. Pois sabe o que ele respondeu? "Não penso nisso...". E, ao ser mais um pouco pressionado, finalmente completou: "se fosse pra todos eu queria, mas se fosse uma coisa individual eu não queria". Achei extremamente romântica a resposta e, ao mesmo tempo, extremamente tocante se constatadas suas condições físicas e psíquicas. (Vale a pena conferir o programa todo aqui)
No fim concluí que não faço questão nem de viver tanto quanto ele. Se for pra decidir, então, decido por viver o meu tempo. Ele há de ser suficiente.
A primeira delas foi o finalzinho de uma matéria com a Glória Maria e suas filhas adotivas em um zoológico do Rio. Achei interessantíssima a forma como ela colocou o sentir-se viva dela, que antes da adoção passava por estar em viagens internacionais e coberturas de guerra, e hoje em dia se relaciona com amor por suas filhas e com a voz delas quando a chamam. Achei bonito. Me deu a impressão de que sentir-se vivo ao ser reconhecido por um filho deve ser, de fato, uma sensação única. Deve ser muito amor.
A outra foi em um programa sobre imortalidade, com o já mais que centenário Oscar Niemeyer (102 anos!). Achei impressionante a lucidez dele ao responder perguntas complexas, que eu demoraria horas pra chegar a uma conclusão plausível. Perguntado se a obra dele já não seria suficiente para torná-lo eterno, sabe o que ele respondeu? "Isso eu até acho graça". Eu ri, mas conclui que não há resposta melhor do que essa mesmo. Afinal, pra que ser eterno?
Logo em seguida lhe foi oferecido, hipoteticamente, o elixir da vida eterna, como uma possibilidade real, presente, concreta. Pois sabe o que ele respondeu? "Não penso nisso...". E, ao ser mais um pouco pressionado, finalmente completou: "se fosse pra todos eu queria, mas se fosse uma coisa individual eu não queria". Achei extremamente romântica a resposta e, ao mesmo tempo, extremamente tocante se constatadas suas condições físicas e psíquicas. (Vale a pena conferir o programa todo aqui)
No fim concluí que não faço questão nem de viver tanto quanto ele. Se for pra decidir, então, decido por viver o meu tempo. Ele há de ser suficiente.
quinta-feira, 3 de junho de 2010
quarta-feira, 2 de junho de 2010
você pode escolher
Sabe quando tu te pega cantando pra ti mesmo? Pois então, o que cantei pra mim hoje, saindo da aula, sob um céu lindo (azul daquele jeito que amo), foi aquela música do Rei que diz "é preciso ter cuidado, pra mais tarde não sofrer, é preciso saber viver...". Super autoajuda, eu sei, mas foi de repente que achei que fazia TODO sentido.
Afinal, os meus olhos molhados dos últimos dias talvez não tenham sido mais do que descuido meu. Descuido por esperar o que não devia, por criar expectativas, por não saber como lidar com determinados sentimentos, por não saber viver.
Não sei viver. Ou, se sei, acho que não sei. Sei muito pouco, aproveito muito pouco e, além disso, vivi muito pouco pra saber se estou certou ou errado. Sei também que vão me dizer que não existe certo e errado, ok. Nada é tão definitivo. Mesmo a verdade, que pra mim é algo tão importante, pra outros pode simplesmente não ser. Tem gente que prefere viver na mentira. E aí? O que eu posso fazer?
É claro que não é porque prefiro fazer assim, confessar meus sentimentos, minhas fraquezas, minha imaturidade, que todo mundo tenha de fazer isso também. Cada um vive do seu jeito, com as suas dores, com os seus traumas. Agora, se for pra viver na ilusão de algo que nem sequer existe, desculpa, mas acho que tá na hora de mudar. Se o bem e o mal existem, você pode escolher, é preciso saber viver.
E é aqui que sigo meu caminho. Com meu peito cheio de esperança, com minhas lágrimas nos olhos e com minhas costas pesadas. E acreditando. Como diria Clarice:
Não se pode dar uma prova de existência do que é mais verdadeiro, o jeito é acreditar. Acreditar chorando.
Afinal, os meus olhos molhados dos últimos dias talvez não tenham sido mais do que descuido meu. Descuido por esperar o que não devia, por criar expectativas, por não saber como lidar com determinados sentimentos, por não saber viver.
Não sei viver. Ou, se sei, acho que não sei. Sei muito pouco, aproveito muito pouco e, além disso, vivi muito pouco pra saber se estou certou ou errado. Sei também que vão me dizer que não existe certo e errado, ok. Nada é tão definitivo. Mesmo a verdade, que pra mim é algo tão importante, pra outros pode simplesmente não ser. Tem gente que prefere viver na mentira. E aí? O que eu posso fazer?
É claro que não é porque prefiro fazer assim, confessar meus sentimentos, minhas fraquezas, minha imaturidade, que todo mundo tenha de fazer isso também. Cada um vive do seu jeito, com as suas dores, com os seus traumas. Agora, se for pra viver na ilusão de algo que nem sequer existe, desculpa, mas acho que tá na hora de mudar. Se o bem e o mal existem, você pode escolher, é preciso saber viver.
E é aqui que sigo meu caminho. Com meu peito cheio de esperança, com minhas lágrimas nos olhos e com minhas costas pesadas. E acreditando. Como diria Clarice:
Não se pode dar uma prova de existência do que é mais verdadeiro, o jeito é acreditar. Acreditar chorando.
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