terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Estou sendo

E não é que a insegurança da semana passada passou? E não é que tenho cantado todos os dias essas canções de amor como se fossem o ar que eu precisasse pra sobreviver?

E quando escondo a minha olheira é... colher amor (L)

Como diria o Rafa: ai de mim.

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E não é que eu descobri a frase que mais se ajusta àquilo que eu penso com relação ao acíclico? E não é que é logo dela?

"Eu escrevo para nada e para ninguém. Se alguém me ler será por conta própria e auto risco".

[Clarice Lispector]

Adorei.

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E não é que eu ainda não tinha postado um dos trechos que mais gostei do livro? Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres?

Só que ela não queria ir de mãos vazias. E assim como se lhe levasse uma flor, ela escreveu num papel algumas palavras que lhe dessem prazer: "Existe um ser que mora dentro de mim como se fosse a casa dele, e é. Trata-se de um cavalo preto e lustroso que apesar de inteiramente selvagem - pois nunca morou antes e ninguém nem jamais lhe puseram rédeas nem sela - apesar de inteiramente selvagem tem por isso mesmo uma doçura primeira de quem não tem medo: come às vezes na minha mão. Seu focinho é úmido e fresco. Eu beijo o seu focinho. Quando eu morrer, o cavalo preto ficará sem casa e vai sofrer muito. A menos que ele escolha outra casa e que esta outra casa não tenha medo daquilo que é ao mesmo tempo selvagem e suave. Aviso que ele não tem nome: basta chamá-lo e se acerta com seu nome. Ou não se acerta, mas, uma vez chamado com doçura e autoridade, ele vai. Se ele fareja e sente que um corpo-casa é livre, ele trota sem ruídos e vai. Aviso também que não se deve temer o relinchar: a gente se engana e pensa que é a gente mesma que está relinchando de prazer ou de cólera, a gente se assusta com o excesso de doçura do que é isto pela primeira vez."

Ela sorriu. Ulisses ia gostar, ia pensar que o cavalo era ela própria. Era?

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