Em tempo: não acho que seja saudável ficar fazendo teorias. Em geral estas não levam a nada, são quase sempre errôneas e até certo ponto levianas. Mas confesso que gosto. Me sinto tão dos sentimentos às vezes, que essa história de racionalizar parece que me faz aterrissar e sentir a terra sob meus pés.
Pois bem, o que conclui dessa vez é que essa atração maior que a gente sente por alguém se resume a três grandes aspectos: afeto, tesão e carência. E aqui talvez isso fique melhor se for apresentado assim:
atração = afeto + tesão + carência
Veja bem: o fato de não existir algum dos fatores não impossibilita a existência da atração. Apenas impossibilita essa coisa de atração maior, ou atração máxima, ou atração tendendo ao infinito, como queiram chamar.
E o que me leva a crer que nessa atração maior é o seguinte:
- O afeto é o que faz a gente se envolver com alguém. É o que faz a gente entender o gosto das pessoas, os sentimentos, as manias, os medos, os sonhos, os traumas, os prazeres. É o que faz a liga. É o que acho ser essencial para manter uma relação saudável e construtiva.
- O tesão é o que desperta. Tesão é conhecer e reconhecer o corpo, os cabelos, o cheiro. É perceber as formas, as marcas, as manchas, o estilo. Tesão é o sexo, a completude, o prazer. É o gosto de quero mais.
- A carência é o que nos faz procurar. É o que nos faz menores na ausência. A carência é o que nos faz querer a companhia, as ideias, a troca. Pra mim carência é sentir falta não só do toque ou do cafuné, mas das palavras, da presença. Mais do que o gosto, diria que carência é o querer mais.
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