terça-feira, 15 de novembro de 2011

Dois ou um

Essa coisa de fazer alguns programas sozinho mexe comigo. De voltinha no bairro até um filme qualquer no cinema. Sempre acontece alguma coisa, vem um sentimento diferente - bom ou ruim, tanto faz. Fato é que invariavelmente tudo isso me toca em algum lugar.

A última que me aconteceu fui em um show. Estava lá, bem no meio da plateia, cercado de centenas de desconhecidos quando o espetáculo começou - e a primeira música se referia a um alazão correndo em uma terra seca, sob o sol forte. Pois bem, o que senti foi um arrepio que chegou até a raiz dos meus cabelos. Difícil de explicar... Me perturbou a cavalgada.

Imaginar o galope e aquele vendaval na cara me quebrou e me reconectou, mexeu comigo de uma meneira que há muito não acontecia. E aí fiquei pensando o quanto estarmos "sozinhos" nessas situações nos deixa mais expostos, mais atentos e mais propensos a nos emocionarmos.

Ao final fiquei pensando que, se estivesse com alguém ali, não sentiria um frio na espinha tão forte. De qualquer forma, cada vez que aparecem essas sensações nas minhas andanças, fico pensando em como ficaria feliz se naquele momento pudesse estar dividindo essas emoções - e de como a vida perde o sentido quando não podemos / conseguimos dividir o que sentimos. Ai de nós.

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