terça-feira, 26 de abril de 2011

nem desistir, nem tentar: agora tanto faz

hoje, enquanto ouvia a música no rádio, lembrei do poema que dizia:

Caminhante, passou por mim em passos lentos
Com uma blusa que jamais o vi usar e um cavanhaque
Ele que que tinha o rosto imberbe e cujas blusas eu lavava todas
Cruzou por mim na calçada e me olhou com olhos novos
Da mesma cor de antes mas eram olhos outros
que viram virgindaddes durante o nosso tempo apartado
Era ele mas era outro, e eu era eu mesma, e outra
E a distância entre nós era bem mais longa que aqueles passos curtos
E o tempo entre nós era infinito no nosso desconhecimento mútuo
Ele que tanto amei e ele a mim, que trocamos beijos mais que íntimos
Suas cicatrizes pelo corpo que lambi, e ele aos meus seios
Ele que não me foi secreto por anos e eu por ele igualmente traduzida
Caminhante, hoje passou por mim como se não houvesse passado
Ele, em passos lentos, fez um sinal educado com a cabeça
Eu, com meio-sorriso, fiz que não tinha importância


[Martha Medeiros]

achei bonito...

domingo, 24 de abril de 2011

e a gente dormir

Aí que às vezes da vontade de dormir demais. Por meses. Pra saber as cenas dos próximos capítulos. Pra entender o que aconteceu. Pra saber onde tudo isso vai dar.



Não há de ser ruim.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

voltei

Pras coisas que eu deixei.

De repente me vi distante daquilo que gosto e me explica. Me vi sentado à beira de um caminho que não tem mais fim, onde a saudade existe e me preenche de uma forma intensa e inacreditável.

Sinto saudade dos dias mais leves, das noites de lua, dos beijos na boca e dos banhos de mar (ah, os banhos de mar). Sinto falta dos olhos brilhando em minha direção e de sentir o coração aos pulos - contente e assustado com a grandeza daquilo que nos toca e nos faz mais completos.

Sinto a falta dos abraços quentes e sinto falta do cheiro do corpo. Sinto falta do que vivi, e do que ainda nem senti. Sinto falta de você, sinto falta de nós.