sábado, 16 de outubro de 2010

Minha alegria é triste - O fim

É com grande pesar que comunico o falecimento deste blog. Sei que pode parecer precipitado, visto que não dei nenhum tipo de indício, mas é uma decisão que já venho pensando há algum tempo.

Às vezes chega o momento em que aquilo que nos faz bem já não surte o mesmo efeito de outrora. Como se tivesse gasto. Como se o caderno estivesse completo e agora você estivesse escrevendo pelas margens, pelos cantos, só pra insistir naquele que você se apegou e que ama do fundo do teu coração. O que sinto, porém, é que chegou a hora de colocar o caderno velho no fundo da gaveta. Como se tivesse chegado a hora de guardar e de respeitar este espaço - e assim começar um novo, de uma história muito mais bonita e intensa, quem sabe.

Já passaram mais de três anos desde que criei o acíclico simplesmente pra dar um grito. E, veja bem, foi bem mais que isso. Foi aqui que desabafei nos dias mais tristes, nos mais difíceis e nos mais dolorosos também. Foi aqui que compartilhei um pouco dos meus sentimentos mais íntimos, do meu amor, do meu carinho, da minha paixão. Foi aqui que racionalizei algumas situações, e que compreendi um pouco daquilo que vem aqui de dentro. Foi aqui que me descobri amando, foi aqui que me descobri expondo meus pontos mais fracos, meus sonhos mais altos e minhas forças mais estranhas. Foi aqui que algumas vezes chorei de dor, e que choro novamente por mais um final.

O fim não é fácil, mas se faz necessário. Pra que fique redondo, pra que feche a ferida, pra que não fique uma ponta roçando, maltratando e machucando quando você menos espera. Vou seguir por aí... Talvez escrevendo em um outro lugar, talvez postando com outro nome... Talvez escrevendo nas paredes do quarto, nas folhas dos blocos, nos cantos dos jornais. Sei lá. É difícil colocar um ponto final naquilo que nos faz tanto bem. Dói demais.

Nesse momento só posso agradecer por todos aqueles que passaram por aqui e que comentaram nos momentos mais inesperados desses últimos anos. Márcia Regina, Gustavo, Darlan, Ludimila: obrigado. Vocês me fizeram sentir um pouco menos sozinho nesse mundo confuso e de dor. Mesmo na distância do mundo virtual, vocês me fizeram bem (e, saibam, leio vocês).

Ing, obrigado pelo carinho e pelas palavras de sempre. Nem se eu escrevesse dez dias seguidos eu conseguiria agradecer tudo e o todo. Rafa, obrigado por ser o que és, pelas zonas assustadoramente inesperadas, pelos sentidos dos verbos e por tudo isso que existe e nos move para Deus lá sabe onde. Obrigado a todos aqueles que leram e não se dignaram a postar também. Sei como é. Uma pena só não saber quem (e como) são os senhores - este post é a última chance.

Aqui chego ao fim. E, se fosse pra dizer uma última coisa, reproduziria Piaf e diria: AME. E demonstre isso. Você nunca vai se arrepender de externar aquilo que de mais bonito uma pessoa pode sentir. E, se fosse pra dizer mais uma, diria: ESCREVA. Compartilhe, pense, experimente traduzir em palavras. Faz bem. Nos abre a cabeça. Clareia.

Agora acho que já me alonguei demais. Fico por aqui, sentindo as minhas dores e acreditando nos meus sonhos. Sigo com fé. Um beijo,

Vítor

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Forças estranhas

Às vezes me pego acreditando em coisas que muitos tomam como irrealizáveis. E é exatamente após esses momentos que me pego pensando: Será que estou errado indo contra a maré? Será que meus movimentos estão sendo em vão? Será que essa fé que vem de-deus-sabe-onde, me engana? Será que isso que me diz que, se a gente quiser e se esforçar, a gente pode alcançar, me trai?

Ando cansado. É impossível não surgir uma certa insegurança/tristeza quando as coisas não se encaminham da forma que a gente imagina. É confuso também quando a razão diz uma coisa e os sentimentos dizem outra. Desestimula. Mas o que fazer? Seguir aquilo que você sente, que vem de dentro de ti, do teu impulso, ou racionalizar e fazer aquilo que seria - teoricamente - menos doloroso?

Ai meu deus: Será que eu pus os meus pés no riacho e nunca os tirei? Será que sonho alto demais? O que será que me leva a sonhar assim nos momentos mais inesperados do meu dia? Escovando os dentes, tomando o café, no bom dia do elevador, subindo as escadas, dirigindo? O que que é isso, heim?

No fim continuo achando que sonhos são aquelas coisas que nos movem na direção da nossa felicidade. Claro, pode ser também que eu nunca chegue nem perto daquilo que imagino, mas - pode ter certeza - não vai ser por falta de tentativa. Porque quando for pra correr atrás daquilo que amo/sonho/quero, vou com todo meu sentimento e todas as minhas forças (inclusive as mais estranhas). Mesmo que depois seja imprescindível chorar.

sábado, 9 de outubro de 2010

é docinho...



viciei.

créditos pro Rafa, que sabe o que eu gosto.

(L)

sábado, 2 de outubro de 2010

Contato Imediato

Tem dias que a melancolia chega assim... como quem não quer nada, na primeira hora da manhã de um sábado que deveria ser de descanso e reenergização. Não deveria ser, mas é assim... O tempo cinzento contribui pra que essa coisa venha de dentro marejar meus olhos e deixar meu corpo preguiçoso, desestimulado pra circular por aí, desencantado com a vida.

O silêncio da rua, os músculos cansados, os sentimentos perdidos no ar do quarto. O travesseiro como testemunha, a tristeza de uma semana que não deu tempo pra nada - tudo contribui. O telefone que não toca, os sonhos que não se realizam, a caminhada que parece não chegar a lugar algum, o sol que não aparece, a esperança que não se concretiza, os dias difíceis que vem por aí... É triste, não é? Ou só eu que acho?

Não vai durar pra sempre, é certo. Há muitas coisas para se fazer hoje mesmo, agora mesmo até. É só escolher ir, seguir, se distrair. Camuflando o que de doloroso há em mim, em cada canto que nesse momento só quer ficar quieto, quente, amado, calado. É difícil contrariar aquilo que a gente sente, não é? Dói.