quarta-feira, 24 de junho de 2009

Esperança

Aí que hoje eu resolvi acender a lareira. Até porque é noite de São João e, como se já não fosse uma boa desculpa, tá aquele friozinho que dá vontade de se escolher no canto e se esquentar junto ao fogo.

Fiquei um tempão ali, horas quem sabe. Admirando o movimento, mexendo aos poucos, cuidando pra que não apagasse e esperando o momento de colocar ainda mais lenha. Reativando a chama. E foi aí que eu, pra variar, comecei a viajar e a pensar em um monte de coisas.

Gosto do fogo. Ele me inspira. Gosto da maneira disforme de como ele se comporta. O fogo nunca é igual. Enquanto ele vai comendo a lenha, ele vai se transformando assim como meus pensamentos. A chama que ainda há pouco era gigante, agora já tá bem baixinha, quase apagando. Tudo acontece muito rápido.

Não sei porque mas, nisso tudo, me lembrei do mar. Outro fenômeno que me fascina. O mar também não se repete. Suas ondas são descontínuas, desordenadas, perigosas. Me perco tentando acompanhar, tentando achar a lógica. Tentando descobrir o que pode ser tão incompreensível assim. E é aí que me dou conta de que tudo isso é a vida, pura e simplesmente. A vida.

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