Não sei se já escrevi isto por aqui, mas sou campeão de me apegar a algumas coisas bobas. Uma destas é uma pilha de post-its que mantenho aqui ao lado do computador. Nestes pequenos bilhetes tenho o hábito de anotar alguns trechos de música, de livros e de coisas bonitas que leio ou ouço por aí. Não sei bem porque faço isso, mas talvez seja pra lembrar o tanto de beleza que há por aí, ou então tudo aquilo que me mobiliza. Nesta mesma lógica, guardo também ingressos de cinema, bilhetes de embarque e entradas de shows - todos estes na primeira gaveta. Todos diferentes, mas todos cheios de marcas e de lembranças que não saem de mim. Todos que me remetem a alguém ou a algum lugar que, certamente, jamais esquecerei.
Pois bem. Esses dias a moça que fazia limpeza aqui em casa me surpreendeu. Pediu as contas. Mas não contente em pedir só isso, ela pediu também pra levar a minha querida pilha de post-its. Aquela mesma onde guardei as palavras que tanto me apeguei e que tanto repeti por aí ou por aqui sem mais nem porquê. Meio que me desconcertou o pedido, não esperava. Tentei ajustar os interesses e ofereci copiar e passar os trechos para uma folha única, mas ela nem aceitou. Meio desorientado ainda, disse que não podia me desfazer das minhas lembranças em seu formato original. Falei do tempo que levou pra se formar e o tanto que representa pra mim. Ela entendeu, ficou tudo bem. Suspirei.
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"O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem (ROSA)".
sábado, 12 de janeiro de 2013
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