domingo, 27 de janeiro de 2013

Fatal

O som ao redor: belo filme esse.

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E o que ecoou por aqui hoje foram as pás dos helicópteros batendo no ar enquanto traziam alguns dos feridos na boate de Santa Maria. Pouco consegui acompanhar pela televisão. Tristeza.

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Fora isso, mais um monte de coisas que ainda não consegui alinhar por aqui. Falo, não calo, não falo. E fico com a Gal cantando. Algumas lágrimas bastam pra consolar.

Tudo em volta está deserto, tudo certo. Tudo certo, como dois e dois são cinco.


quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

pra lembrar

Como os recursos de expressão eram minguados, tentavam remediar a deficiência falando alto (Graciliano, em Vidas Secas).

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Tudo o que é imaginário tem, existe, é (Estamira).

domingo, 20 de janeiro de 2013

Uma aprendizagem

Dessas coisas que aprendi na vida, uma delas é a que diz "nobody wants you, nobody needs you, nobody wants you when you're down and out". E sabe por quê? Porque é exatamente isso! Ninguém precisa de ti quando estás triste e mal. Ninguém te quer assim. Ou você acha que alguém vai te querer quando estás pra baixo, desanimado e desencantado com a vida?

Assim, pra bem viver, acho que a saída pra esses momentos tristes ou de desencanto é se entocar. Não sair espalhando o desânimo por aí ou, pior ainda, culpando alguém por isso. O jeito é ficar quieto, sossegar, se valorizar, ver o que tem de bom na vida e tocar em frente. Com a cabeça, tranquilo, sereno. Esses momentos sempre passam. Não é verdade?

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Pois então. Esses dias, de quarta pra quinta acho, próximo das quatro da manhã, teve barraco aqui em frente ao prédio. O guri, uns 20 e poucos anos, tinha levado um fora da namorada. E provavelmente tinha bebido um tanto. A guria tinha chamado um táxi, tentava ir embora e ele, de chinelos e sem camisa, mantinha a porta do táxi aberta e gritava meio que chorando pra rua toda ouvir (mas pra rua toda mesmo): "por que tu tá fazendo isso comigo? o que foi que eu te fiz? eu vou me matar! eu te dei uma bolsa de 300 dólares!".

Juro que ouvi e vi tudo isso. Com a cara inchada de sono, pensando se era comédia ou tragédia. E a guria, de dentro do táxi, meio que chorando assustada, gritava: "Lucas, para!!! Para Lucas!!!".

Resultado: o taxista chamou mais quatro taxistas pra tentar tirar o guri que estava pendurado na porta do carro. E aí, quando chegaram os outros táxis, apareceu o anjo do guri, o segurança do prédio, que fez ele se soltar da porta e evitou que o guri apanhasse feio.

Depois disso ele entrou. Batendo os portões, cheio da razão. Ai de nós.

Fica a torcida pra que tenha servido de lição pra muita gente por aí...

sábado, 12 de janeiro de 2013

Ainda lembro

Não sei se já escrevi isto por aqui, mas sou campeão de me apegar a algumas coisas bobas. Uma destas é uma pilha de post-its que mantenho aqui ao lado do computador. Nestes pequenos bilhetes tenho o hábito de anotar alguns trechos de música, de livros e de coisas bonitas que leio ou ouço por aí. Não sei bem porque faço isso, mas talvez seja pra lembrar o tanto de beleza que há por aí, ou então tudo aquilo que me mobiliza. Nesta mesma lógica, guardo também ingressos de cinema, bilhetes de embarque e entradas de shows - todos estes na primeira gaveta. Todos diferentes, mas todos cheios de marcas e de lembranças que não saem de mim. Todos que me remetem a alguém ou a algum lugar que, certamente, jamais esquecerei.

Pois bem. Esses dias a moça que fazia limpeza aqui em casa me surpreendeu. Pediu as contas. Mas não contente em pedir só isso, ela pediu também pra levar a minha querida pilha de post-its. Aquela mesma onde guardei as palavras que tanto me apeguei e que tanto repeti por aí ou por aqui sem mais nem porquê. Meio que me desconcertou o pedido, não esperava. Tentei ajustar os interesses e ofereci copiar e passar os trechos para uma folha única, mas ela nem aceitou. Meio desorientado ainda, disse que não podia me desfazer das minhas lembranças em seu formato original. Falei do tempo que levou pra se formar e o tanto que representa pra mim. Ela entendeu, ficou tudo bem. Suspirei.

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"O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem (ROSA)".


quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

eclipse

as palavras são feiticeiras. capazes de nos aproximar, preencher e transformar, elas são capazes também de nos machucar, ferir e marcar. expressadas com ou sem segundas intenções, é a força delas que me assusta e cala. respeito.

para bem viver, espero sempre encontrar as mais apropriadas. por mim, por ti, por nós.