Não há um grande problema. Isso é certo. Está tudo relativamente em ordem. Família, amigos, saúde, saldo bancário, tudo certo, sem problemas ou pendências. E aí se calar parece uma atitude tão antinatural, visto que há tanto que poderia ser contado a partir do que tem acontecido e mexido com tudo por aqui, que me pergunto: o que é que há, heim?
Procurar explicações quase sempre é bobagem. Além de pouco resolver, nos coloca mais dúvidas na cabeça, uma vez que nos remete a memórias e a sensações que foram vividas e que, de alguma forma, jamais vão deixar de existir dentro da gente. E aí é um auê só, não é? Por aqui posso dizer que essas sensações são, hoje, o que me alimentam, na medida que me fazem perceber o quanto tive sorte nessa vida, mas também o que contribuem pra que essa boca fique fechada, evitando reverberar problemas pequenos e contribuindo pra que apareça esse silêncio de olhos atentos.
No final das contas talvez seja só essa coisa de lembranças, essas marcas que vão ficando com a gente e que resolvem latejar quando a gente menos espera...
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