Meu nome é Vítor, tenho vinte e um anos, sou solteiro e não tenho filhos. Acredito no amor, por mais brega que isso possa parecer, e sou esperançoso, a ponto de sonhar acordado com dias ainda mais completos e felizes. Por mais atento que seja, tenho o péssimo hábito de sempre acreditar nas pessoas. Acredito que seja confiável, pelo número de segredos e revelações que já ouvi. Me considero ponderado também, característica medrosa que faz com que não me jogue de cabeça em qualquer coisa. Sou de poucas palavras.
Tenho poucos amigos. E tenho a certeza absoluta de que eles não fazem idéia do quanto eles são importantes pra mim. Tive uma infância complicada que me levou a criar uma casca. Essa mesma que usava para me proteger, hoje uso para não me expor. Me acho discreto e observador. Minha família já passou por momentos difíceis, mas ainda assim é bonita e saudável. Tenho orgulho dos meus pais e não sei se eles sabem disso.
Considero minha história irônica. Sempre tive tudo, mesmo sem nunca querer nada. E tudo que eu sempre quis, eu nunca tive. Pode parecer paradoxal, mas é isso. Talvez não dê às coisas o valor que elas mereçam. Não me deslumbro com lugares, nem com objetos. Adoro pessoas. Adoro companhia, mesmo que seja em silêncio. Não tem ninguém no mundo que eu odeie mesmo.
Não me considero bonito, nem tão pouco acho que sou rico. Faço uma faculdade que gosto, mas que não faz meus olhos brilharem. Idealizo demais as situações e a vida. Até a algum tempo atrás, fazia planos pro futuro. Desisti de fazê-los no dia que percebi que não tinha realizado aquilo que tinha pensado ainda criança. Desde sempre, levo as coisas à sério.
Acredito que seja o sério que passa mais tempo sorrindo que eu conheço. Sou um pouco emotivo e muita gente me chama de querido. Quem não me conhece certamente deve me achar meio esquisito, mas eu realmente não me importo. Meu coração é grande e tem espaço pra eles também. Adoro crianças e a ingenuidade presente nelas. Não resisto a um abraço.
Tenho a minha consciência tranquila, por mais que me arrependa de algumas coisas. Não culpo os outros pelo jeito que sou, por mais cômodo que fosse fazer isso. Aparento ser tranquilo e acho que sou mesmo da paz. Desconto meus nervos no meu próprio estômago. É difícil me ver brabo e bem fácil me ver chateado. Me considero bastante bucólico.
Acho que sexo é fundamental numa relação, mas tá longe de ser o aspecto mais importante. Procuro respostas nos olhares dos outros. Curto uma fossa e ainda mais uma bossa. Adoro ouvir músicas e procurar seus significados nas entrelinhas. Penso bastante, mas não tenho certeza se é demais. Premedito as situações, mas invariavelmente ajo no impulso. Fico sem palavras quando me pegam desprevenido. Tenho dificuldade de mentir e de guardar ressentimentos.
Se fosse um animal, certamente seria um cachorro. Sou do lar. Acredito que a vida é curta e que saudade é o pior sentimento que existe. Não tenho medo da morte, nem tenho problemas em falar sobre. Morreria tranquilamente hoje e acho que seria lembrado como um homem bom. Não tenho certeza se muitas pessoas sentiriam a minha falta.
Provavelmente nunca escrevi tanto sobre mim mesmo. Não faço a mínima idéia de pra onde eu tô indo. Mas tenho esperança de que seja pra algum lugar bom... Tomara que eu esteja certo.
sábado, 24 de janeiro de 2009
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Um comentário:
Confesso que fiquei com medo desse post. Parece uma despedida.
Não te mata, ok? Odeio velórios.
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