sexta-feira, 30 de maio de 2014

Escapou daqui

Depois de você
Seu calor, seu cheiro, seu beijo
      Seus abraços, desejos, amigos
Sobrou você em mim

Como um sem fim, tatuagem, cicatriz
     Coisas acesas
Como você em mim

Depois de você
Entendi amor, culpa, medo
     Poemas, tristezas, lágrimas negras
Sobre você em mim

--

Ai, Gal...


segunda-feira, 19 de maio de 2014

quarta-feira, 14 de maio de 2014

que tempo é esse?

"[ . . . ] e as pombas do meu quintal eram livres de voar, partiam para longos passeios mas voltavam sempre, pois não era mais do que amor o que eu tinha e o que eu queria delas, e voavam para bem longe e eu as reconhecia nos telhados das casas mais distantes entre o bando de pombas desafetas que eu acreditava um dia trazer também pro meu quintal imenso; ela estava lá branco branco o rosto branco e eu podia sentir toda a dubiedade, o tumulto e as dores, e pude pensar cheio de fé eu não me engano neste incêndio, nesta paixão, neste delírio, e fiquei imaginando que para atraí-la de um jeito correto eu deveria ter tramado com grãos de uva uma trilha sinuosa até o pé da escada, pendurado pencas de romãs frescas nas janelas da fachada e ter feito uma guirlanda de flores, em cores vivas, correr na velha balaustrada do varandão que circundava a casa [ . . . ]".

"[ . . . ] porque existe o tempo de aguardar e o tempo de ser ágil [ . . . ]".

trechos de Lavoura arcaica, de Raduan Nassar.