segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Mais amor

Entender que é absolutamente natural que as pessoas pensem diferente de você é das lições mais importantes dessa vida. Não esqueça (!) e talvez assim um dia a gente chegue a um mundo em que as pessoas respeitem, compreendam e aceitem a opinião dos outros - e, talvez, até reconheçam o valor e a verdade que há no posicionamento de cada um! Ai de nós.

domingo, 28 de setembro de 2014

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Sargaço mar

Acho que consigo justificar esse tempo de ausência. Por aqui as coisas tem andado atribuladas, confusas, cansadas. Atividades aqui, eventos lá, encontros por aqui e também com o pessoal ali. Parece bom - e é, né? O que me parece, no entanto, é que me afastei um pouco daquele eixo em que me sinto seguro e tranquilo com relação às minhas coisas.

Pra piorar, nesses momentos, tendo a achar que a burrada veio do lado de cá, quando me deixei envolver em compromissos e deixei de nutrir aquele sentimento de que estou concentrado e indo a algum lugar. Como resultado, hoje me sinto cansado e sem muito tempo para atitudes que me desgastem ou, então, pessoas que me façam achar que estou perdendo tempo.

Claro que isso tudo são fases. Tem épocas e dias em que está tudo bem tranquilo. Pensando bem, fico pensando que, no fundo, lá no fundo, esse cansaço se relaciona mais com falta de afeto, carinho e gentilezas do que com qualquer outra coisa. Coisas simples, mas que fazem uma falta...





(ai, que saudade que eu tava de escrever aqui)

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Escapou daqui

Depois de você
Seu calor, seu cheiro, seu beijo
      Seus abraços, desejos, amigos
Sobrou você em mim

Como um sem fim, tatuagem, cicatriz
     Coisas acesas
Como você em mim

Depois de você
Entendi amor, culpa, medo
     Poemas, tristezas, lágrimas negras
Sobre você em mim

--

Ai, Gal...


segunda-feira, 19 de maio de 2014

quarta-feira, 14 de maio de 2014

que tempo é esse?

"[ . . . ] e as pombas do meu quintal eram livres de voar, partiam para longos passeios mas voltavam sempre, pois não era mais do que amor o que eu tinha e o que eu queria delas, e voavam para bem longe e eu as reconhecia nos telhados das casas mais distantes entre o bando de pombas desafetas que eu acreditava um dia trazer também pro meu quintal imenso; ela estava lá branco branco o rosto branco e eu podia sentir toda a dubiedade, o tumulto e as dores, e pude pensar cheio de fé eu não me engano neste incêndio, nesta paixão, neste delírio, e fiquei imaginando que para atraí-la de um jeito correto eu deveria ter tramado com grãos de uva uma trilha sinuosa até o pé da escada, pendurado pencas de romãs frescas nas janelas da fachada e ter feito uma guirlanda de flores, em cores vivas, correr na velha balaustrada do varandão que circundava a casa [ . . . ]".

"[ . . . ] porque existe o tempo de aguardar e o tempo de ser ágil [ . . . ]".

trechos de Lavoura arcaica, de Raduan Nassar.

sábado, 26 de abril de 2014

Magamalabares

Das contradições da vida, a que me dei conta esses dias foi justamente aquela que se relaciona com meu estado de espírito. Tenho dito por aí que, às vezes, me sinto "vomitando arco-íris". E digo isso convicto, como se fosse o melhor modo de externar aquilo que se passa por aqui. Como se esse fosse o único jeito de demonstrar um pouco daquilo que sinto: um misto de tranquilidade, esperança e aceitação da vida como ela é. E isso, como podem imaginar, é bom. É bem bom, na verdade.

Como contradição, o que me aparece, volta e meia, é uma grande saudade de mim mesmo. E isso aparece justamente quando percebo que tenho cada vez menos tempo pros meus livros, minhas músicas, meus textos e meu mundo. Às vezes, confesso, me parece angustiante - principalmente quando constato o tamanho das olheiras que vejo no espelho. Mas, no fim, fico achando que a vida é isso mesmo: um eterno malabarismo. Entre aquilo que nos completa e nos afasta de nós mesmos, e aquilo que verdadeiramente somos. Não é?


domingo, 23 de março de 2014

Para bem viver

É exatamente da minha natureza ser mais ouvinte do que falante. Não sei dizer desde quando sou assim, ou desde quando me percebi assim, mas talvez tenha sido desde sempre mesmo. Ser o filho menor implica em muitas coisas e, talvez, entre elas, esteja isto de ouvir os outros todos enquanto você mal consegue formar frases lógicas.

Não vou dizer que é ruim ser ouvinte, bem pelo contrário. Ouvir, pra mim, implica em aprender, observar, perceber, sentir. Ouvir me dá experiências que não vivi. Ouvir aguça minha imaginação, me desperta os sentidos, me arrepia os pelos.

Gosto de ouvir justamente por isso. Me faz sentir vivo. Me faz sentir ponte entre aquilo que recebo e aquilo que vou dizer em algum tempo. Me faz sentir lúcido. Sobretudo quando observo as histórias de fora e, com um pouco de ponderação, digo um pouco daquilo que penso, acho e sinto.

É bacana perceber o quanto aqueles próximos a mim reconhecem minha capacidade de ser ouvinte. Me faz sentir querido, como um bom amigo, um companheiro. E isso tudo é ótimo, de verdade. É bom perceber o quanto a gente faz bem às pessoas com um par de ouvidos e uma meia dúzia de palavras.

O que me parece, de vez em quando, no entanto, é que meus caros me procuram basicamente quando estão em situações difíceis. Talvez esteja sendo um pouco exagerado, mas talvez não exatamente. Não quero ser injusto, mas é fato que, às vezes, me sinto um repositório de histórias mal sucedidas, carências, fraquezas e desilusões. Como se aqueles que gosto sumissem exatamente quando estão bem, e me procurassem justamente quando as coisas desandam. E é aí que me sinto sujeito dos outros.

Talvez hoje seja só um dia em que o carente seja eu (também tenho direito, né?). Mas talvez seja só um desejo de ouvir e viver histórias felizes. Romances verdadeiros, pessoas satisfeitas, casas e apartamentos novos, sábios projetos, dias de céu azul, crianças, animais, amor, festa, devoção.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Vamos tentar?

Talvez a vida seja isso mesmo: esse eterno aproximar e afastar das pessoas que aparecem em nosso caminho. Como algo que cola, mas que, depois que descola, não cola mais... Ou, pelo menos, não da mesma forma. Como algo sensível demais...

Parece tenso, mas não é. Quando os dois querem, não acho que seja difícil manter uma união firme, quente, estável. Como um porto seguro. Me parece que, nesse caso, o desafio é saber falar e saber ouvir. Saber expressar e saber compreender. Saber perdoar e saber se perdoar. É certo: não é tarefa fácil. Mas sempre fica mais tranquilo se os dois quiserem e se esforçarem pra isso, não é?

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Sem papel

Foi esses dias que cheguei à conclusão de que amor é reconhecimento. Coloco assim porque acho que passamos a amar quando reconhecemos o tanto que uma pessoa fez por nós. E é por isso que, em geral, amamos os nossos pais e amores mais próximos. Pois eles fazem, ou fizeram, muito por nós. E isso fica com a gente pra sempre, não é?

E o mais legal dessa minha pequena teoria é que ela vai ao encontro daquela outra que acho que já coloquei por aqui: amar não acaba. Tudo isso porque, a partir do momento que a gente ama, ou reconhece o tanto que alguém fez por nós, isso não termina. Fica com a gente pra sempre. Como uma gratidão e um reconhecimento sem fim.

E é aí que me pego reconhecendo o amor que tenho dentro de mim. E que acredito que nunca vai acabar. Ai de mim.

+

"Para onde eu vou, vai-me o coração também, que ainda não arranjei modo de o largar pelo chão" (Valter Hugo Mãe).

domingo, 19 de janeiro de 2014

Estudantil

Apresentei o trabalho. Não como uma obra pronta, mas como uma obra em construção. Como uma casa que possui as fundações e a estrutura definidas. Como se estivesse humildemente apresentando o que recolhi por aí e que pensei em colocar naquelas paredes em branco. Fui concentrado, tenso, tranquilo. Como qualquer um que se preocupa com aquilo que faz. Como qualquer um que trabalha, mas que reconhece que a vida está além do trabalho. Como alguém que pensa em deixar aquilo por ali e seguir em outras direções.

Normal serem feitas considerações, críticas, recomendações. Às vezes soam estranhas. Parecem não perceber a juventude da coisa. É tudo simples, pequeno, é o começo. Não era pra ser um palácio, será que perceberam? É uma casa singela, de gente humilde, honesta. De gente que mistura suor, lágrimas, esperanças e desilusões nas entrelinhas. Ah, se a formalidade permitisse abrir o coração.

Críticos. Talvez demais, talvez não. Talvez a vida seja assim. Talvez os homens sejam assim. Talvez nem todos...

Ecoam as considerações. São contribuições, aprendizados. Tão bom aprender, né? Certas coisas a gente não esquece jamais.

Ah, vida...